quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Caixa aberta

No entardecer do dia
o sol despede-se e vai em vão,
mas tuas mãos porque se foram?
Teus cabelos já tão grisalhos
a tua vida tão alegre e frágil.

Dentro da noite rápida
em que tudo é farsa e escuro,
do calor intenso e mórbido,
do frio espesso e inseguro,
tua vida saiu desesperada.

Meu choro não serviu de alento,
tudo constante, este momento
esperando você no cais,
mas apenas as ondas vinham
beijarem meus pés molhados.

A vela apagou cedo demais!
O tempo é muito gigante
e eu pobre infante, ou não?
O vento não veio cantando,
a lua não se vai amando.

A chuva agora chora
assim como eu, aqui a beira-mar,
tudo parece vago e monótono,
sem sol, está tão amargo
encarar a dor que insiste em ser.

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