segunda-feira, 20 de abril de 2009

DADÁS E CAFÉ

Dançei a vida inteira,
acompanhado de ninguém.

Liguei para a vida,
mas só dá caixa-postal.

Adote o pai,
e coma a filha.

Sou tácito,léxico,dietético
nada mais é tão culto.

Ás vezes sou tanto nada,
que pareço até tudo.

Meus crimes são tão secretos,
que até esqueci-me deles.

Um caos

Todos olharam ligeiramente, e lá estava uma pequena criança com um punhal na mão esquerda, e ao seu redor uma poça de sangue.
Os transeuntes que ali passavam, olhavam curiosos a cena constrangedora e indagavam
de quem seria todo aquele sangue e porque a criança executara o acontecido.
Uma velha senhora, que passava na rua tumultuada, encostou -se perto da criança e lançou-lhe a pergunta:
- Criança o que fizeste!? De quem é todo este sangue? porque tanto ódio em tua face?
A criança olhou fixamente nos olhos da velha que vestia um fino tecido de seda e com
um ar de deboche, desferiu a seguinte resposta:
- Este senhora é o sangue de Deus!
Todos ficaram assustados com tal resposta, mas a velha tomando força disse:
- Maldito! Amaldiçoado! Matou um deus? Louco, irás para o inferno.
Naquele momento o sol já desaparecia no horizonte e a criança também ia ao longe,
mas todos ouviam a risada de um mendingo e um caixeiro que repetia gritando:
- Nada há nada a temer! Viva!
Passando alguns meses, conclamaram a criança assasina e todos o nomearam de Deus.

A paixão: em Dafne e Apolo

Percorrendo o teu corpo,
encontro uma nova sinfonia.
Sonoramente estonteante,

mas completamente fugaz.

Teu corpo é campo silvestre,
tem cheiro deste campo silvestre.
E com seus movimentos tão ariscos
interpreta uma gata feroz.

Sob tua luva de camurça,
esconde as garras de felinos.
E tuas presas vorazes
tocam teus lábios docemente.

Ninfa de beleza superior
com teus cabelo ondulados.
Oh! Dafne não fuja de mim!
quero ser teu companheiro.

Flores belas de todas as cores,
minha flor cobriria-te de ouro.
Beleza sagrada de todos amores,
transformar-te em folha de louro.

Marinheiro da Juventude

Mergulha ao mar,marinheiro!
Primeira vez, lança-te ao mar,
não há conselho seguro,
não há proteção aos perigos gigantes.
segue ao vento, mas nunca deixa ele
desviar de teus cursos.

Pequeno, grande infante segue.
Segue com serenidade, mas segue!
Tira as amarras paternas,
mas sempre deixa elas em mão
para qualquer perigo acolher-te.

Faz amigos,viva a vida,ande!
Mas olha as verdadeiras amizades,
viva a vida com cautela,
ande por caminhos novos, mas que
você tenha previsão de onde te levarão.

E quando sentir-se mal, cansado
da primeira viagem,descansa
mas sem parar de pensar em
trabalhar no teu barco.

Navegue por mares calmos
tenha calma, coragem e humildade.
Sinta a transcedência experenciada,
a mudança deve ser constante
mas nunca deixe que mude as
tuas melhores virtudes.

Marinheiro de primeira viagem
olha o horizonte, recebe a brisa
e tenha o Sol como farol para
quiar-te ao teu destino incerto,
mas perceptível.

kleyson, Janeiro de 2006

Felicidade

Felicidade
alegria de loucos
Amizade
morada de surdos
Boa música
balada de mudos
Bom coração
banquete de feras

FELICIDADE

Felicidade
alegria de loucos
Amizade
abraço de mudos
Boa música
brincadeira de surdos
Bom coração
banquete de feras

O VASO

  1. Aconteceu em uma cidade ao longe de tudo, um fato inexplicável, aos olhos comuns das pessoas que ali moravam, um jovem morador, cujo nome era João Ninguém, uma pessoa
  2. com muita paciência,não envolvia-se em brigas e nada que pudesse prejudicá-lo.
  3. Um dia comum ao chegar em casa como sempre, João transparecia uma expressão cor-
  4. poral modificada, havia certa rigidez na face, e um humor tistonho que invadia-lhe a alma,
  5. João foi ao banheiro, abriu o chuveiro e sentiu em seu estômago um alongamento mas não
  6. ligou para tal fato.
  7. A mãe de João preocupada,notando a expressão do filho decidiu perguntar:
  8. - João aconteceu alguma coisa no trabalho?
  9. João com uma voz estridente robotizada respondeu:
  10. - O que aconteceu!? Fui despedido do emprego, fuí traído pela minha namorada, o mun-
  11. do está um caos, ninguém é sincero comigo, e você,mãe, pergunta o que!?
  12. Neste momento João saiu correndo até a rua em frente de sua casa, enquanto um gran-
  13. de número de curiosos assistia a cena, ele rasgou suas vestes, enrijecera mais e mais, bal-
  14. buciou e caiu no chão transformado em um vaso sanitário, para receber tudo de ruim do
  15. mundo,tudo de podre, tudo de merda, e naquele dim de tarde quente, o sol brilhou a últi-
  16. ma vez para o Ninguém, como diria Shakespearre:" Ser ou não ser,eis a questão e porra
  17. e tal.